Emissora fica em Tabatinga, tríplice fronteira e região estratégica, onde Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados. Cessão representa perda para a comunicação pública
![]() |
| Foto:Internet |
Com isso, o governo do Amazonas, que já domina a comunicação privada, contará com mais um veículo para a comunicação do governador, Wilson Lima (União Brasil). Ele é reconhecido por seu apoio a Jair Bolsonaro e por medidas controversas, como incentivo ao garimpo e o fortalecimento do agronegócio no Amazonas.[1] Importante frisar também que não há participação e controle social no Sistema Encontro das Águas, requisitos da comunicação pública, segundo parâmetros internacionais da Unesco, embora a Fundação Televisão e Rádio Cultura do Amazonas tenha um Conselho Curador.
![]() |
| O programa “Revista Brasil”, da Rádio Nacional/EBC, recebeu o xamã e líder político yanomami Davi Kopenawa Créditos: Kátia Lins/EBC Para entender a dimensão do que significa transferir a mais importante emissora de rádio da tríplice fronteira, resgatamos entrevista concedida na última semana de novembro pelo Xamã do povo Yanomami, Davi Kopenawa, para o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional do Alto do Solimões. Nela, ele detalhou a uma carta entregue por ele à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, na qual relatava a grave situação dos indígenas e falou dos graves impactos do garimpo, que polui rios, derruba matas para instalação de maquinário e espalha doenças. Será que vozes como de Kopenawa continuarão a ter espaço agora que a Rádio Nacional passa a ser Encontro das Águas? Localizada em Tabatinga, a Rádio Nacional do Alto Solimões interliga, atualmente, nove municípios e serve de ponte de informação e comunicação à população urbana, povos indígenas e comunidades tradicionais da Tríplice Fronteira. Criada em 2006, atendendo a uma antiga reivindicação da população local, a emissora é caçula da EBC e surgiu após um encontro de lideranças da região cobrando uma rádio que transmitisse em português, divulgasse informações do Brasil, regionais, locais e prestasse serviço em uma região com pouca cobertura de veículos de comunicação brasileiros e onde a internet não funciona bem. A iniciativa foi viabilizada a partir de parceria com o Ministério da Integração Nacional e alcança cerca de 60 milhões de pessoas entre Brasil, Peru e Colômbia, segundo o site da EBC. A emissora era considerada estratégica, por sua localização, em uma região conflagrada, como aponta o líder indígena, por conta do garimpo e do tráfico de drogas, que vem sendo bastante denunciado após as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips. Pela localização da emissora pública e seu alcance já poderíamos dizer que ela é fundamental, com papel de informar sobre ações do governo para proteger a população e sobre as demais agendas nacionais para a região, em um cenário em que a desinformação tem levado aos parlamentos representantes contra os povos tradicionais, os direitos sociais, o meio ambiente, mas aliados de grandes grupos criminosos. LEIA MAIS NO SITE OFICIAL: https://diplomatique.org.br/ebc-entrega-radio-nacional-do-alto-solimoes-para-governo-que-apoia-garimpo/Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil |





