Um filhote de onça-pintada de apenas oito meses foi resgatado nessa terça-feira (4) no bairro Independência, em Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas. O felino estava sendo mantido como animal de estimação (“pet”) por uma família, cuja identidade não foi divulgada.
O resgate foi realizado após uma denúncia anônima encaminhada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semat), que acionou a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Defesa Civil (Semdec) para a operação. O filhote, um macho batizado de “Golias”, foi levado à sede da Defesa Civil, onde recebeu atendimento veterinário.
Ainda não há informações sobre como o animal foi capturado e levado para a residência. Segundo Marcos Penha, coordenador do Meio Ambiente do município, a família concordou em entregar o filhote, pois sabia que, ao crescer, ele poderia representar um risco à segurança das pessoas.
A posse ilegal de animais silvestres sem autorização é considerada crime ambiental, conforme a Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), que proíbe a captura, venda, exportação e aquisição de espécies protegidas, prevendo a pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa. Se o crime for praticado contra uma espécie ameaçada de extinção, a pena pode ser dobrada.
No caso deste filhote, segundo o biólogo Rogério Fonseca, não há mais a possibilidade de reinserção deste animal na natureza.
“A maior parte dos mamíferos possui fases de aprendizado, no caso específico os predadores do topo de cadeia alimentar, como é o caso da onça pintada, necessita do acompanhamento da mãe até no mínimo até os dois anos. Assim, não consegue ser reinserido e os projetos de reintrodução tem êxito controlado, pois os animais não passaram por estas fases de aprendizado. O destino deste animal vai ser invariavelmente um cativeiro, seja ele aberto (tipo o do projeto onçafari) ou mais restrito (zoológicos convencionais ou criadouros conservacionista/científico)” finalizou Rogério.
Apesar da ilegalidade da posse do filhote, nenhuma penalidade foi aplicada à família. O caso segue sob investigação das autoridades, que devem encaminhar Golias para um centro de reabilitação de fauna silvestre.
fonte: radaramazonico




