Manaus -Durante um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (9), em Manaus, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez uma declaração polêmica que colocou a guerra às drogas e a política ambiental da região amazônica no centro de um debate geopolítico e ético: a legalização da cocaína como alternativa à destruição da floresta e à violência provocada pelo narcotráfico.
“Amanhã, se a cocaína fosse legalizada no mundo, não haveria essa destruição da selva amazônica”, afirmou Petro, em um discurso que mesclou críticas à política antidrogas liderada pelos Estados Unidos e uma defesa da regulação estatal como solução tanto para a crise ambiental quanto para os problemas sociais causados pelo tráfico.
A fala do presidente colombiano ocorreu durante evento bilateral com foco em integração amazônica e cooperação ambiental, mas tomou rumos inesperados ao tocar em um dos temas mais sensíveis da política internacional: a legalização de drogas ilícitas.
Crítica à “guerra às drogas” e à política de proibição
Petro argumentou que a política proibicionista, vigente há décadas e impulsionada por países como os Estados Unidos, fracassou em seus objetivos principais. Segundo ele, ao invés de combater o tráfico, essa abordagem fortaleceu máfias internacionais, levou milhares de jovens latino-americanos à prisão por crimes menores e contribuiu para a degradação ambiental da Amazônia, especialmente em áreas de cultivo ilegal de coca.
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Embora estivesse ao lado de Petro durante o evento, o presidente Lula não comentou diretamente a proposta de legalização da cocaína. O governo brasileiro tem mantido uma posição cautelosa sobre o tema, priorizando o combate ao narcotráfico, mas também abrindo espaço para iniciativas de redução de danos e descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, atualmente em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar das críticas ao modelo atual, a legalização de drogas pesadas como a cocaína continua sendo vista com cautela por especialistas, autoridades e parte expressiva da sociedade, devido aos riscos à saúde pública e à segurança.
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