Empresas de navegação denunciam avanço da pirataria fluvial e pedem ação integrada do governo estadual e da Marinha.
A insegurança nos rios do Amazonas voltou ao centro do debate entre o setor empresarial e o poder público.
Representantes do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) cobraram medidas urgentes para conter o avanço da pirataria e proteger embarcações de carga e passageiros que circulam pelo interior.
Encontro no último dia 16 reuniu o vice-presidente do Sindarma, Madison Nóbrega, o secretário estadual de Segurança Pública, Marcus Vinícius Oliveira, e o comandante da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, André Carvalhaes.
A reunião ocorreu na sede do sindicato, em Manaus, e resultou em propostas de cooperação entre o setor privado e os órgãos de segurança.
Durante a reunião, Nóbrega alertou que a pirataria fluvial se tornou um problema sistêmico, com quadrilhas cada vez mais organizadas e violentas.
Segundo ele, o risco ultrapassa o prejuízo econômico, alcançando dimensões sociais e ambientais.
“As quadrilhas estão cada vez mais presentes e intensas nos rios. Há risco real de uma tragédia, caso ocorra vazamento ou explosão durante um ataque”.
Setor quer ações concretas
Entre as medidas propostas, está a criação de um plano integrado de segurança fluvial, com grupos de trabalho permanentes entre as transportadoras, a Secretaria de Segurança Pública e a Marinha.
O objetivo é desenvolver ações conjuntas de inteligência, monitoramento e resposta rápida a ocorrências nos principais corredores de transporte da região.
O Sindarma também defende a implantação de um fórum permanente de segurança, com reuniões periódicas e protocolos operacionais que envolvam tanto o poder público quanto a iniciativa privada.
“Sabemos das dificuldades logísticas e da dimensão do estado, mas o Sindarma está à disposição para buscar soluções conjuntas e efetivas”, disse Nóbrega.
Falta de segurança, rios vulneráveis
Apesar das iniciativas de diálogo, o setor reclama da ausência de presença constante do Estado nas áreas críticas dos rios Solimões, Madeira e Negro.
O patrulhamento irregular e a carência de equipamentos de vigilância deixam os comboios de cargas expostos a ataques.
Conforme relatos de empresários, os casos se tornaram mais frequentes e violentos nos últimos anos.
A pressão das transportadoras reforça a percepção de que a Amazônia continua vulnerável nas suas principais vias de locomoção, os rios.
Em meio ao discurso de integração e desenvolvimento sustentável, o setor cobra do poder público uma resposta à altura da importância estratégica da navegação fluvial para o abastecimento e a economia do estado.
*Com informações do Sindarma.




