Três policiais militares e um guarda municipal foram presos, neste sábado (26), suspeitos de estuprar uma mulher indígena da etnia Kokama, em Santo Antônio do Iça, no Amazonas. Os abusos aconteceram durante 9 meses, período em que a vítima ficou detida na delegacia de forma irregular, juntamente com seu bebê.
As prisões foram confirmadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), que apresentou uma denúncia contra o suspeito. O pedido foi acatado pela Justiça do Amazonas a menos de 24 horas após o MPAM enviar a solicitação.
Outros dois PMs — um de férias e outro em missão —, devem se entregar nas próximas horas, conforme informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPAM.
Os mandados foram cumpridos por equipes das Polícias Civil e Militar nos municípios de Manaus, Tabatinga e Santo Antônio do Içá, onde os suspeitos ainda estavam em atividade. As prisões foram solicitadas no final da tarde de ontem (25), no âmbito no Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado pela Procuradoria-Geral de Justiça, e deferidos pelo juiz Édson Rosas.
Os policiais presos estavam em Tabatinga (1), Manaus (1) e Santo Antônio do Içá (1) — onde também estava o guarda municipal. Os dois policiais restantes, que devem se entregar nas próximas horas, estão em Tabatinga.
Nos pedidos de prisão preventiva, o MPAM argumentou risco à ordem pública, à integridade da vítima, à conveniência da instrução penal e à possibilidade de reiteração criminosa. Também foram requeridos o afastamento das funções públicas dos denunciados e a suspensão do porte de armas, com fundamento no art. 254 do Código de Processo Penal Militar.
No depoimento prestado ontem (25) às promotoras de Justiça Priscila Pini e Lilian Nara, a vítima confirmou os abusos, além de relatar atos de humilhação, tortura e intimidação por parte dos agressores. Ela também afirmou que, após ser transferida para a Cadeia Pública Feminina de Manaus, policiais militares foram até a casa de sua mãe, em Santo Antônio do Içá, para fazer ameaças, em tentativa de silenciar a vítima e a família.
O processo criminal sobre o caso tramita em segredo de Justiça, a fim de garantir a segurança da mulher e a integridade da apuração dos fatos.
Do Portal do Holanda




